Descoberta sobre proteína que atua em células do sangue pode levar a estratégias para prevenir doenças cardiovasculares relacionadas ao diabetes.
O Cristo Redentor, ponto turístico do Rio de Janeiro, irá mudar de cor mais uma vez no dia 13 de outubro. Iluminado de vermelho e azul, o monumento fará parte das celebrações do Dia Mundial da Trombose, na intenção de sensibilizar um maior número de pessoas sobre hábitos de prevenção dessa doença silenciosa.
A revista da Universidade de São Paulo publicou uma pesquisa de cientistas do Cepid Redoxoma, sediado no Instituto de Química da própria USP, revelou novos mecanismos pelos quais a hiperglicemia provoca a trombose. Renato Gaspar, que realizou a pesquisa durante o pós-doutorado, sob a supervisão de Francisco Rafael Martins Laurindo, do Instituto do Coração (InCor) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e do Cepid Redoxoma, identificaram uma proteína que, em situações onde há excesso de glicose no sangue, favorece o acúmulo de plaquetas na parede dos vasos, levando à formação de trombos, coágulos que obstruem o fluxo sanguíneo.
O estudo pode levar a estratégias direcionadas para prevenir disfunção cardiovascular em pessoas com diabetes ou naquelas que apresentam hiperglicemia prolongada. Os resultados estão em artigo publicado no Journal of Thrombosis and Haemostasis.
A principal causa de morte na população brasileira e em vários outros países latino-americanos são eventos isquêmicos, doenças cardiovasculares, como infarto e AVC isquêmico, nos quais a trombose arterial é o evento causal precipitante. Essas doenças podem ser desencadeadas por uma série de fatores de risco e a hiperglicemia foi o fator de risco que mais se associou a mortes por doenças cardiovasculares em comparação a outros fatores modificáveis.
A conclusão foi que a exposição à hiperglicemia induz a secreção de proteínas específicas relacionadas à adesão. Segundo os pesquisadores, já existem ensaios clínicos com inibidores da proteína pecPDI, com foco em doenças como anemia falciforme e trombose associada ao câncer. “Nosso trabalho adiciona a perspectiva de tratamento de uma nova doença, o diabetes. Talvez a gente possa olhar para a prevenção secundária de isquemia no diabetes,” afirmou Gaspar. Leia a matéria completa:
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